May 31, 2008

Parques de Palermo

A imagem registra os passos no passeio pelo parque. O lago, a flor, o outro lado do lago e o outro perfume da flor. Movimentos lentos, nenhuma tarefa a cumprir. A imagem quer ser contemplada, parar o tempo, olhar nos olhos, tocar nos dedos, levantar a taça de vinho. A cor é suspeita, está sempre seduzindo. Construir uma imagem é montar uma lembrança, vigia atenta da memória. "Toda criação poética surge quando se cultiva o pensar da lembrança". Toda lembrança quer uma imagem para guardar.

Parque de Palermo. Fragmentos imagéticos, trapos de memórias e de saudades. Souvenir líquido, como uma memória derramada em baldes de cores, tingindo plantas e flores. Cenários imaginados e construídos no exato momento das impossibilidades.