June 13, 2008

A intimidade da flor




A natureza sinuosa da cor e a lâmina afiada do pensamento. Os intermináveis intervalos entre o cálculo e um resultado indeterminado. O passar das horas, o tédio e a esquecida tentativa de esperar uma palavra.

O silêncio afiado, ventos celestes, cortando distâncias sem fim. O abismo do silêncio e o o vazio da distância. Impossibilidades imaginárias quando a alma está doente. Uma chuva de granizo e cobre. Uma chuva ácida cobrindo a paisagem do trigo. Chuvas de ouro sobre os caminhos da cana. Tempestades de chumbo sobre os campos de amoras. Araças e bananeiras invadindo o canteiro central da avenida que leva ao aeroporto, suspenso no ar.

Natureza, Cultura, Cabarés, pequenos favores, singelos obséquios. Palavras chaves para um projeto impossível. O projeto da poesia com orçamento e cronograma não foi aceito. A imagem, por sua vez, cuidou de estampar um absurdo em cores e belezas. Imoralidades eróticas, incertezas estéticas, um certo langor na condução da vida.