June 24, 2008

Tempus rerum.


Aroma Romã
Amor a Romã
Aurora e Nome
Roma Romã

Ninguém é Romã
Não há Amor a Roma
Só aroma
De misturas.

O Nome Ninguém
Aroma Tiza
Misturas de Amores.

Amor a Romã Tismos
Taças de lisuras
Ninguém é Você

Só teu aroma,
Roma Romã.


A palavra de ordem do Romantismo é inverter o lugar e a importância de certos valores. O mergulho no sentimentalismo e o abandono do racionalismo é uma meta a ser perseguida. Misturas de Amores e Amoras e uma busca incessante pelo desequilíbrio, pelo paradoxo, pela anarquia. Formas de suicídio lento e inexorável. Uma anorexia da razão que leva a alma ao exame mórbido das tempestades íntimas temperadas com frivolidades.

Martin Heidegger, o filósofo que mais penetrou a mina obscura das palavras e do pensamento, diz que o “A linguagem é a casa do ser. Nesta habitação do ser mora o homem. Os pensadores e os poetas são os guardas dessa habitação”.

Mas é sempre triste e cruel lembrar que não existe um lugar para poetas ou pensadores no departamento de marketing dos corações corporativos. As inteligências migraram, como pássaros seguindo seu destino, não para guardar a habitação do ser, mas para escavar as entranhas da terra e extrair, com fórceps brilhantes, o ferro e o aço lubrificado em negro petróleo.

A inteligência numérica fluindo em cálculos estatísticos, testados até as últimas consequências. Lucros sem fim, incessantemente sem fim.

O poema é um desvio.
É a aterradora e romântica forma de sentir a carne denunciando seu destino efêmero.

Tempus rerum.