September 29, 2008

A intimidade da flor



Santa Catarina, alemã tucunaré pataxó hã hã hãe, quem sabe holandesa, de Nassau pernambucana, bolsa Fullbright e conexões frankfurtianas de culturas industriosas. Uma falta de sentido colossal, cínica.

E, para completar, biscoitos judeus, sorvetes Häagen-Dazs,
pé-de-moleque e quebra-queixo suave.

A poesia é esse amontoado de palavras doces,
amontoado de medos, celos, ganas. Ganas de ti.
A poesia é o medo da bala perdida,
do desencontro no amor e das tristezas súbitas, fatais.

Esse poema é um medo de versos, de resenhas, prosas, novelas e contos.
Medo de certas e inevitáveis palavras.
De palavras que não voltam atrás, de saudades sem fim.

Saudades do léxico, da dúvida e das incertezas no mercado das idéias.
Feiras de livros, cereais, roupas e sorvetes de maracujá flutuando
sobre as águas paradas de todas as possibilidades.