November 17, 2008

O Porto


Minh’alma é o lugar incerto.
que o teu desejo esqueceu.

A alma é um fantasma
vagando num galpão industrial.

Minhas mãos são saudades
atadas no fio do caminho.

Meu rosto, pedra fria,
transparente na memória.

Todo meu corpo é um traço,
uma linha que nada divide.


Em mim resta um porto, âncora perdida,
holografia do vazio.

O teu aliento, único veneno,
último alimento.

Nas margens do rio. Perto do Porto.
Perto da cidade de altos reluzentes.

Estações de pessoas alheias
pastagens em planíceis matinais.

Eu te vejo verde que te quero verte.
De Lorca e Sevilha.

De colores son los pajaritos.
Y los poemas que hablan del amor.