October 13, 2009

Media-lunas


No livro de todas as coisas falta a Lua. A lua oculta aletéias do ser e dúvidas do engano que se enganou. Difícil dizer da flor que diz com cor, a dobra do rio e a sombra da árvore do lago verde, azul do teu ser.

Inhotim, jabuticabas sem fim, confins dobrando o caminho para João Monlevade, de tristezas e horas perdidas, no trânsito, na espera na mensagem, da ausência do sinal no celular, do wifi inexistente no caminho desse Nanuque gigante, de pedras lisas e distantes.

Crianças, essas alegrias da vida, sorriem para mim. Faço graças e me escondo atrás da cadeira, da coluna. O sorriso se espalha. Não é mais dia, nem mesmo noite. É uma lua eterna, brilhante, ocultando sempre o outro lado do sonho que nasce por toda parte, por toda flor, por toda cor que corre nas veias do desejo de te ver.

São convites media-lunas, meio estranhas, entranhas que brotam no vigor da primavera. Nem mesmo as clareiras, resplandecentes no caminho da floresta, iluminam mais a vida que essas palavras que leio no e-mail, no meio dos teus lábios carmim.