June 24, 2010

Manhã


Turva noite vilolenta paixão. Portas altas em campos abertos.

Ah, caro leitor, como é difícil suportar toda essa polifonia estridente. Palavras, poemas, sentenças e convocações para ir às compras. O vinho e os bons modos no fim de semana na casa dos amigos. A repetição do mesmo na cadência do tédio morno e quase frio.

A volta para casa, a cama, os corpos fechados em outros sonhos e um desejo disfarçado de saudade apaga a luz da noite silenciosa.

Do alpendre vê-se o mar. A distância entre o sonho e o amanhecer apaga a turva noite da violenta paixão.

Fica a imagem, o lugar mágico onde habitam meus sonhos. A cor do mundo, o enigma do olhar guardado em puro mistério.