June 29, 2010

Varanda



A varanda abre o mar e derrama suave líquido sobre as imagens do meu amor, definitivamente esquecidas no pen drive. Memória e esquecimento estão digitalmente armazenados entre números e amores cripto enigmáticos.

Toda palavra é mulher. Líquida, curva, varanda e mar. O conhecimento que brota da tua boca é um inferno de dicionários atualizados. Não tenho forças além das necessárias para domar o teu desejo. Vou tomar tua mão e beijar tua boca de palavras e mel. Esse teu involuntário ar inacabado é o domínio da tua sombra, sempre oculta na presença de tão escaldante sol.

A varanda abre o mar em mim, no que em mim ainda sonha contigo, nessas tuas palavras ausentes,
'no insuportável que sou sem ti'.

A imagem é o unguento para essa dor, esse quase mar de esquecimentos devidamente armazeados em intervalos de desejos líquidos, derramados sobre teu corpo inútil, distante, apagado.