November 08, 2009

Urban Soul


O Mac sobre a cama , ligado na camara, mostra quando as pernas abrem e o homem entra no quarto. A frase saiu num jorro, um jato de alívio e alegria sobre a boca aberta e lubrificada até os dentes.

A palavra “pau” dava uma conotação pornográfica, grosseira, indesejável. O seu membro, o seu cacete, seja lá o que for, menos pau. De pau eu não gosto! – Ela disse. Vamos recomeçar: e o cacete lubrificado até os dentes? …tampouco parece servir.

Surgem dúvidas. As palavras ficam suspensas no ar, um vago aroma da pizza mostra dificuldades no cruzamento entre o erotismo e a sacanagem.

Você quer comer algo, quer uma salada? A interrogação é essa dúvida permanente.

Esse negócio de pau entrando é uma agressão grosseira. Veja como Marçal Aquino narra Eu ouviria as piores notícias dos seus lindos lábios. Está tudo lá, mas sem grosseria, sem baixaria. Tem certas coisas que gostamos de ouvir em certos momentos, mas não na maioria das vezes.

As palavras falam de encontros matinais. São iluminadas por uma cor que faz o mundo repousar em certa ordem. O lençol limpo sobre a cama é a única testemunha que resta. O erotismo é barrado na porta das boas maneiras. Os lugares são marcados e as horas têm seu destino próprio.

Não use essa palavra, faça-me o favor!