O que há entre nós é música. Os sons das tuas palavras invadem meu corpo e transportam minh'alma para tua intimidade, aberta ao meu desejo. Sou, na vibração da palavra, o desejo penetrando teu corpo. Nossos encontros são sonoridades longínquas, alimentadas pelo timbre das nossas vozes e das doces e ousadas palavras.
Penso em ti pensando em músicas tocadas pelas orquestras de areias vindas do deserto da paixão ensandecida. Rítmo e respiração com suor e beijos. Beijos não, eles atrapalham. Você me disse isso uma vez e quase morro de prazer. Não quero teus beijos, quiero tus palabras correndo meu corpo em cada dobra do violento prazer que inventas para a existência.
A imagem é incognita. Guardo em mim o afeto dessa distância silenciosa que espera ouvir, mais uma vez, a alegria do que sabes dizer.
