May 04, 2010

Um desejo chamado




Ruas abertas ao frenético trânsito humano estão apinhadas de sentimentos dobrando esquinas e estacionando em lugares ditos proibidos e perversos. A imagem é esse mistério pão com manteiga e café com leite em média requentada servido em alguma mesa, de algum bar de uma estrada mineira. Um Inhotim, uma Almenara e um Nanuque abruto de pedras no meio do caminho, a caminho de um sul mais ao sul que dos mares azuis bem ao sul. Isso bem que poderia ser uma palavra Bahia, uma baía de todos aqueles que rezam em volta da mesa, bem perto do quintal.

Há, decerto, um dragão amarelo e chinês que mete medo e faz caretas lá pelas bandas de Pernambuco. Pernambuco é uma ilusão montada numa torre Malakoff estacionada entre uma sinagoga e um galo da madrugada. Bem que poderia ser um kibutz em Buenos Aires ou uma rua esquecida em Medellin. Mas tudo isso não passa de um sorriso, que mais se parece àquela manhã de segunda feira anunciada tão logo o dia mal começara a raiar, na voz insuportável de um cantor sertanejo com cara de galo garnisé.

O dito acima é outra forma de esconder que a imagem é um sorriso belo que só o dragão amarelo e chinês é capaz de ver.